A exploração das potencialidades da pirogravura surgiu da necessidade de experimentar as infinitas dimensões do acto de desenhar. Na verdade não se pode entender esta forma de gravura, desligada de uma prática continuada do desenho como disciplina base de qualquer área das artes plásticas e artes decorativas pelo que, tal como a palavra indica, pirogravar é, acima de tudo desenhar com fogo.
Ao manusear linhas, pontos, valores de luz e sombra, texturas e temperaturas, fixam-se na dureza da madeira, no calor da cortiça, ou na maleabilidade do couro, as imagens que preenchem o olhar e denunciam as cadências do tempo...